O filme Taxi Driver ficará para a história muito à custa de Travis Bickle, uma perfeita criação de De Niro que, embora não o tivesse oscarizado, deu-lhe seguramente o ímpeto para uma carreira de grandes representações ao longo das três décadas que se seguiram. Se O Padrinho II ou ainda antes Mean Streats serviram para o anunciar ao mundo do cinema, Taxi Driver confirmou em definitivo o seu talento.
Perante uma carreira de tamanhos sucessos, será sempre arriscado apontar um filme que consiga resumir toda a sua capacidade. Mas a verdade é que essa capacidade está estampada em todo o filme, e nesta cena em particular é através deste dito golpe de improviso que De Niro revela todo o génio fruto de um trabalho sério de commitment à personagem que o levou, por exemplo, a trabalhar como taxista durante um mês doze horas por dia para se preparar devidamente para Travis. Só através de muito trabalho é que se consegue improvisar sem comprometer a personagem ou o próprio filme.
Esta cena, que é como um episódio de marca da antologia visual do cinema e da história popular da sétima arte, reflecte, como no espelho para onde Travis olha, a importância do actor no filme e o papel que ele tem em transformar aparentes nadas naqueles tudos totais que ficam para sempre na nossa memória.
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