abril 30, 2013

Mamã e chora


Mamã poderia ter tudo para se assumir como um dos grandes filmes de terror dos últimos tempos, não fosse ter por voltas do meio do filme embarcado num enfabulado caminho sem retorno ao jeito do mais puro fauno do seu produtor del Toro. Mas o problema é que o pressuposto deste filme não é o d’O Labirinto do Fauno, esse sim um filme que cumpre aquilo a que se propõe. Se a principio estamos perante uma história com um ambicioso potencial de terror assente na perturbação psíquica de quem sofre anos de isolamento do mundo exterior, a partir do momento em que essa atormentada experiência toma a forma de uma misticidade básica sem limbo e sem susto ou profundidade, então aqui termina o tal pretenso filme de horror e começa mais uma daquelas fitas em que o único impacto a que se permite é o de embalar as mais radicais crianças. Esta espécie de disney negra não serve os amantes do terror, aqueles exigentes e que anseiam por coisas novas e que não se deixam levar por finais que puxam ao mais linear dos sentimentos mesmo que esse fim não seja marcado pela felicidade.

1 comentário:

  1. Nem mais, plenamente de acordo. Se, por um lado, começamos bem naquele suspense e desconhecimento potentes, por outro, depressa nos embrenhamos por mais um filme de vilão (ou fantasma) materializável em demasia.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

    ResponderEliminar