O plano que trago é
do filme Touch of Evil de 1958 que terá sido provavelmente o último grande
filme noir da História. Considerando que é de facto um excelente filme, há uma
coisa que desde cedo me atraiu nele e que é provavelmente a razão pela qual
gosto tanto do filme: nem mais do que aquela personagem interpretada por Orson Welles.
Mal vi Welles na pele daquele polícia alcoólico, velho, gordo e manco, a fumar charuto
e a encher a boca de chocolates disse que estava ali um dos seus papéis mais
emblemáticos. Há uma dimensão camaleónica em Welles que é impar e que, sempre à
sombra de Citizen Kane, não é justamente valorizada. Pois na minha opinião, o
que distinguiu Welles de outros actores seus contemporâneos foi essa sua muito
própria capacidade de se transformar, foi a forma como ele conseguiu
estabelecer uma química com o espectador através da sua presença física e pela
intensidade e credibilidade que dava à personagem.
abril 04, 2013
A sede do mal ou o toque do diabo
Aos 26 anos Orson
Welles realizou o seu primeiro filme que foi o seu legado, Citizen Kane. Tamanho
êxito anunciava uma carreira brilhante, mas como é óbvio terá sido difícil
acompanhar o grande sucesso. Poderá até haver quem diga que este filme
amaldiçoou de certa maneira a sua carreira, um pouco à semelhança daquelas
bandas one-hit wonder em que lançam um par de temas e que depois desaparecem.
Mas não foi este o caso. Welles não desapareceu e, reconhecendo mesmo que ao
longo da sua carreira possamos não encontrar grandes êxitos à dimensão de
Citizen Kane, ele continuou a realizar e a interpretar em grande estilo.
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Este post foi referenciado, criteriosamente, no âmbito de uma rubrica no meu blogue. Aqui: http://caminholargo.blogspot.pt/2013/05/a-pergunta-da-resposta-2_8.html
ResponderEliminarCumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo